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LUANDA
Os antigos combatentes foram condecorados por Sua Excelência o Sr. Presidente da República, nas comemorações do 35.º Aniversário da Independência de Angola.
E mereceram! Foram muitos anos de guerrilha contra as forças de ocupação colonial, em defesa dos interesses dos Angolanos em terem um país livre e independente. E conseguiram! As promessas feitas no dia da independência até hoje, pelos líderes, governantes e responsáveis pela Administração do Estado, que o Povo Angolano teria uma vida digna, com justiça social e que o regime seria democrático e de direito,…. pois, falharam! A esperança dos angolanos reside na mudança do quadro político actual, dos seus dirigentes que executam estratégias sociais, económicas e políticas irrealistas, desconexas, aleatórias e impraticáveis no contexto das aspirações legítimas do povo. Ou seja, no dia seguinte o angolano olha a sua volta e vê que está tudo na mesma e que terá grande dificuldade em esforçar-se para melhorar a sua vida, da comunidade e de participar activamente na mudança que o país anseia mas não consegue alcançar os seus objectivos, proclamados pomposamente à 35 anos atrás. No dia seguinte, o povo angolano vai esperar que surja na penumbra do marasmo oposicionista angolano, um ou mais compatriotas, que seriamente venham dedicar-se ao desenvolvimento sustentável do país, com coragem de debater os problemas do cidadão, apresentando soluções simples e viáveis, sem a vaidade de considerar Angola, como potência regional, quando internamente, a pobreza e a miséria teima em enraizar-se por todo o lado, perante uma riqueza deslumbrante de muito poucos. O dia seguinte, será para o angolano o dia da esperança num futuro melhor, em paz, em democracia, com pluralidade de ideias, com casa, saúde e educação para todos, água potável e saneamento, electricidade e outras fontes de energia alternativa, acesso a um emprego com salário condigno, com uma agricultura e indústria apoiada e valorizada, para que as importações sejam cada vez menores, de forma, que a economia cresça e proporcione ao povo a satisfação das suas necessidades básicas e elementares. Amanhã e depois de amanhã, os angolanos estarão disponíveis para votarem na mudança real do país, porque esse é o futuro que nos espera. Carlos Lopes
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Segundo o Índice da Fome no Mundo 2010, apresentado pelo relatório anual do Instituto Internacional de Pesquisas de Políticas de Alimentação (IFPRI, na sigla em inglês), da Concern Worldwide e do Welthungerhilfe, Angola está no nível alarmante com 20 pontos.
O índice apresenta os países numa escala de 100 pontos, sendo zero a melhor pontuação – sem fome – e 100 a pior, apesar de nenhum desses dois extremos ser alcançado na prática. Uma pontuação maior que 20 revela níveis alarmantes de fome num país, e mais de 30 é “extremadamente alarmante”. O índice da fome no mundo é calculado através de três indicadores: a proporção de população subnutrida, o baixo peso infantil e a taxa de mortalidade infantil. Afeganistão, Angola, Chade e Somália tiveram a maior taxa de mortalidade infantil, com a morte de menores de 5 anos de 20% ou mais em cada um desses países. Mas segundo Domingos Veloso, o diretor nacional da Agricultura, Pecuária e Florestas do Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas de Angola, em declarações a RFI, não concorda com a atribuição do rótulo “alarmante” a Angola e acrescenta que no país a fome tem tido uma evolução positiva; … pena, não ter fundamentado tal optimismo! Este aumento do Índice é justificado essencialmente pelo aumento global do preço da alimentação e a recessão económica global. Interessa é verificar se as políticas sociais e económicas do Executivo Angolano, têm sido eficazes no combate a pobreza para reduzir problemas básicos do cidadão angolano, como a fome « alarmante », porque se é alarmante é porque aumentou ( veja-se o caso da Província do Bengo ou do Cunene e alguns casos na periferia da capital ). Quando eu afirmo que a pobreza está aumentar em Angola e as consequências, são comprováveis em relatórios internacionais publicados nas últimas semanas, as entidades oficiais alegam o crescimento económico, do PIB, nas infra-estruturas rodoviárias e pouco mais. Infelizmente, não falam no êxodo das populações rurais para as cidades, principalmente para a capital, porque não conseguem sobreviver no interior profundo de Angola . E se abandonam os campos, não há o cultivo da mandioca, da batata, do tomate, das hortaliças e sem desenvolvimento agrícola, não há combate da fome e a solução mais fácil, passa pela importação de bens alimentares, que podiam ser produzidos, armazenados e distribuídos até ao mercado, para que os agricultores tivessem fonte de rendimento. É vulgar ouvir o Executivo Angolano divulgar os milhões que investe ou financia em projectos agrícolas. Mas o que é difícil ouvir, é o insucesso desses empreendimentos, porque foram mal dirigidos e planificados, sem serem acompanhados de infra-estruturas sociais, de forma a enraizar as populações nos seus locais de origem. E o resultado, é a procura nas cidades do litoral e não só, o sustento que não têm no meio rural do país, e que na maioria das vezes, vêem engrossar as fileiras dos pobres nas cidades, constituindo aí família e aumentando o número de pobres e a subnutrição infantil, num país onde as estatísticas, ou não existem ou são falíveis. Haverá outras medidas a tomar para reduzir a pobreza e a fome em Angola, tais como, uma melhor redistribuição da riqueza, em que poucos têm muito e a maioria quase não têm nada, vivendo no limiar da extrema pobreza; melhorar o sistema de saúde, com um combate eficiente as pandemias e as doenças endémicas, como HIV-SIDA, malária e a tuberculose (que é uma doença social); uma estreita colaboração entre ONG´s e o Executivo com a sociedade civil, porque estas conseguem chegar mais rapidamente aos locais onde existe fome, do que o próprio Executivo que deve apoiar projectos ligados a segurança alimentar sem grande burocracia e com fundos financeiros preparados para esse fim; o aumento de cidadãos famintos e de crianças de rua na capital é um sinal preocupante, que levará o Executivo e o GPL a conjugarem esforços para combaterem este flagelo social, dando isenções fiscais a entidades públicas ou privadas que façam doações alimentares, ou que financiem projectos de segurança alimentar, para que os cidadãos nessas situações possam a longo prazo sair dessa situação. Não há como reduzir a fome, sem combater a pobreza em Angola! Carlos Lopes |